terça-feira, 1 de maio de 2012

Projeto de revitalização custará meio bilhão de reais

A revitalização da região dos armazéns 1 ao 8, no Cais do Valongo, no Porto, demandará investimentos de meio bilhão de reais da iniciativa privada. Este é o custo da implantação do projeto Porto Valongo Santos, que prevê a instalação de um centro de turismo e lazer nessa área, de 141,9 mil m². O empreendimento vai gerar 2.200 empregos. A expectativa é que a licitação seja aberta no início do próximo ano.

O valor a ser aplicado foi apontado pelo estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental apresentado ontem pela Ove Arup & Partners, em solenidade na Prefeitura de Santos. A empresa foi contratada para identificar o potencial dos galpões e as adequações necessárias na região para atender esses empreendimentos.

Nos R$ 513,9 milhões necessários para o projeto, não está incluído o custo de construção do terminal de passageiros a ser implantado nas proximidades do Armazém 6.

Considerada independente, a unidade está sob a responsabilidade exclusiva da Codesp, a quem caberá o processo de licitação e demais definições para sua instalação. A princípio, o terminal terá 71 mil m², três berços de atracação e capacidade para receber 12 mil turistas por dia.

Essas características, destacadas no estudo da Ove Arup, já haviam sido propostas em pré-projeto da MSC Cruzeiros, operadora interessada em construir e administrar o terminal.

A instalação de cruzeiros passará por um processo de licitação distinto do previsto para o restante do complexo. Assim, terá uma gestão independente. E ela não será a única. É o caso das unidades de órgãos públicas que serão implantadas na área revitalizada. No local, está prevista a construção de estações dos bombeiros e da Força Aérea, escritórios de turismo e de autoridades públicas e um centro científico oceanográfico, a ser operado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), que já contam com campi na Cidade. Esses centros vão funcionar nos armazéns 7 e 8.

Nos demais galpões, conforme já previsto na proposta inicial, serão criadas lojas, restaurantes, marina, área para exposições, galeria de arte, hotel de luxo e um apart hotel de apoio ao turismo náutico. Todos esses estabelecimentos serão explorados pela empresa ganhadora da concorrência do complexo. Ela terá a concessão da área por 25 anos.

Caberá à vencedora da licitação realizar as obras de cada galpão, explicou o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, Sérgio Aquino. Outra exigência será a apresentação do projeto arquitetônico e urbanístico – que seria feito por concurso público, mas a ideia foi abandonada. “Seria inviável contratar várias firmas, pois o projeto tem que ser implantado de forma integral. Será uma licitação única e quem ganhar poderá negociar com os especialistas”, disse Aquino.

Tanto o secretário como o prefeito João Paulo Papa, também presente na solenidade, aprovaram a versão final do projeto de revitalização. A proposta ainda agradou ao presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra. “Existe viabilidade do ponto de vista de engenharia e de mobilidade da cidade”, disse Serra.

Conforme anseio de autoridades e empresários, o estudo da Arup contempla a construção de estacionamentos e apresenta estratégias de acessibilidade ao terminal, com vias separadas para a passagem de veículos e ônibus.

Com a viabilidade do Porto Valongo Santos confirmada, as próximas etapas para sua implantação são a assinatura de um Termo de Ajuste e Conduta (TAC) com o Ministério Público, audiências públicas, a geração dos termos de referência e dos textos dos editais, e finalmente, no início do próximo ano, a abertura da licitação.

A tribuna

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