segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Simulador mostra o que pode ter ocorrido em naufrágio de cruzeiro

Um dos simuladores mais modernos da Europa, que ensina candidatos a comandar grandes embarcações, ajuda a tentar entender o que aconteceu no Costa Concordia, que encalhou e afundou perto da ilha Giglio, na Toscana. O navio transportava 4.200 passageiros e 13 pessoas morreram.

Sven Dreessen, capitão e diretor da escola, diz que na hora do impacto o capitão não sabia o que tinha acontecido, o tamanho dos danos, quanta água estava entrando a bordo e quantos compartimentos foram afetados. “Ele precisa logo falar com outras pessoas da tripulação para ter a noção exata do problema”, explica.

Ainda sem as informações precisas, ele deve acionar o alarme para que os tripulantes possam se dirigir aos seus postos caso seja necessário abandonar o navio, afirma o diretor da escola. “Tudo isso não deve demorar mais do que cinco ou dez minutos”, conta.

Conduzindo uma simulação, o capitão Dreessen diz que, quando o barco está muito próximo da ilha, não se usa o piloto automático. Segundo ele, o leme e o volante podem ajudar o capitão na hora de um acidente. Além disso, telas de um radar e de uma carta náutica (um mapa) mostram se ele atingiu outra embarcação ou se foi uma pedra submersa.

Dreessen conta que um rombo de mais 50 metros permite que a água entre em velocidades de até 10 mil litros cúbidos por segundo e, a cada minuto, a situação fica cada vez pior. O navio atesta a gravidade da situação ao ficar sem luz.

Um casal paulista estava com o filho de 11 anos na embarcação relata o que passou durante a colisão. A família estava jantando e diz que “foi como se o capitão tivesse passando numa lombada e depois deu uma parada brusca”. Depois disso, pratos, copos e garrafas foram ao chão.

O garoto lembra que sentiu o movimento do navio no caminho até o banheiro. “Eu sai correndo, tropecei no meu próprio tênis e cai no chão. Quando eu cheguei na mesa, tudo virou. Pensei que era um tsumani”, diz o menino.

De dentro da embarcação, os passageiros ouviam mensagens de que se tratava apenas de um problema elétrico, que estava sendo resolvido. Mas o navio começou a se inclinar e o medo tomou conta do navio.

O capitão Dreessen explica que, com a sala de máquinas já alagada, o capitão só tinha mais um recurso: soltar uma das âncoras e forçar uma parada.

Quase 70 minutos depois da colisão, finalmente o alarme para abandonar o navio soava.

G1

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